Das 13 vacas do rebanho do Instituto Federal Catarinense Campus Concórdia que estão em lactação, para oito foi atribuída a nota “muito boa” e cinco receberam “bom+” na avaliação fenotípica realizada pelo classificador oficial Idemar Pereira, o Terrinha, em 30 de maio de 2023. Doze animais da raça Holandesa Preta e Branca e uma Jérsei passaram por avaliação. A nota “muito boa” varia entre 8,5 a 8,8, e “bom+” varia de 8 a 8,4. Para que sejam classificados, é pré-requisito que os animais possuam o Registro Genealógico Oficial da raça perante a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH).
As altas notas atribuídas são fruto de constante preocupação do Setor de Zootecnia III em melhoramento genético dos animais. “Cada vaca possui acasalamento direcionado de acordo com as necessidades atuais do setor e da própria vaca. Além disso, recebem intensivo acompanhamento veterinário individualizado para que as bezerras possam chegar à idade adulta e expressarem todo esse potencial. O que buscamos são vacas harmoniosas, que permaneçam mais tempo no rebanho (alta longevidade) e o incremento do bem-estar animal para o sistema de produção proposto.”, explica o médico-veterinário do campus, Rodrigo Antonio Pivatto.
Essa avaliação visa analisar, entre outros itens, a evolução genética dos rebanhos. A metodologia técnica da classificação para tipo consiste na avaliação comparativa com um modelo ideal, conhecido como “True Type”, observando e mensurando as características morfológicas externas do animal. A finalidade é a seleção de animais que exteriorizam, através das suas características fenotípicas, o potencial produtivo e reprodutivo, vida longeva e elevada resistência à pluralidade do manejo e ambiente em que vivem. Entre essas características estão a altura do talão, a conformação do casco e a inserção dos úberes, muito elogiadas pelo avaliador. Terrinha, da Terra’s Milk Assessoria, é o único classificador oficial em Santa Catarina, em consonância com a Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB).
Para determinar a nota de um animal, são avaliadas 23 características fenotípicas, divididas em quatro seções: Garupa: 10% (largura e ângulo de garupa e força de lombo); Pernas e Pés: 26% (qualidade óssea, pernas vista lateral e posterior, ângulo de casco e profundidade do talão); Sistema Mamário: 42% (altura e largura do úbere posterior, comprimento e colocação dos tetos anteriores, inserção do úbere anterior, textura do úbere, colocação dos tetos posteriores e ligamento posterior do úbere); Força Leiteira: 22% (estatura, profundidade corporal, angulosidade, condição corporal e nivelamento da linha superior). Dentro de cada característica é dada uma nota que varia entre 1 a 9, com graduações diferenciadas para alguns itens. “Cada seção tem um valor percentual, que no final gerará a pontuação final da vaca. Sempre devemos considerar o número de partos da mesma”, explica Terrinha. A nota máxima possível alcançar é de 97 pontos. São poucas as vacas no mundo que atingiram esta nota, isto significa que são vacas extremamente corretas e quase perfeitas. Nesse caso, elas precisam ser avaliadas por dois classificadores oficiais.
Cecom IFC Concórdia