De origem grega, a palavra taxidermia significa dar forma (taxi) à pele (derma). É, portanto, o trabalho conhecido como “empalhar” animais para estudos científicos ou exibições, utilizando diferentes técnicas de conservação e buscando atingir o maior grau de fidelidade com a morfologia natural possível. No Instituto Federal Catarinense campus Concórdia, essa atividade é realizada pelo Laboratório de Anatomia Animal, ligado ao curso de Medicina Veterinária e coordenado pela professora Ana Reis.
Durante este, o Laboratório de Anatomia leva as peças para exposição externa à instituição, em parceria com o Memorial Attilio Fontana. Até o dia 30 de maio, estará aberta a mostra “Nas asas do conhecimento”, que destaca especialmente as aves, com mais de 20 espécies. “Além da importância biológica das espécies, estamos abordando sobre evolução e características adaptativas, chamando atenção para os diferentes tipos de bicos e para as penas. Associamos também algumas informações sobre a biofísica, demonstrando os conceitos da física aplicados a alguns processos biológicos do funcionamento do corpo dos seres vivos, como a visão e a ecolocalização por exemplo”, explica a professora Ana Reis. Além das aves, há também oito espécies de mamíferos, cinco de répteis e um anfíbio. Há ainda a parte sensorial da mostra: “Os visitantes podem passar a mão e matar um pouco dessa curiosidade de tocar os animais e sentir como é a carapaça de um tatu, os espinhos de um ouriço cacheiro e descobrir o peso de uma cabeça de tucano”, relata a professora.
Conforme Ana, o laboratório recebe animais mortos encaminhados pela polícia ambiental, clínicas veterinárias da cidade, cadáveres encontrados nas rodovias vítimas de acidentes com automóveis e aves vítimas de colisão contra vidraças. As peças montadas servem tanto de modelo didático como também para educação ambiental. Durante o processo de taxidermização, os estudantes envolvidos no projeto de extensão, que já existe há cinco anos, têm a oportunidade de aprender mais sobre anatomia, hábitos, comportamentos e até mesmo as expressões faciais dos animais, bem como compreender questões ecológicas e de proteção ambiental.
Essa é a segunda vez que os animais são exibidos didaticamente no MAF – a primeira foi em junho de 2022. Neste ano, a exposição ficará até o dia 30 de maio e a entrada é gratuita. O MAF está localizado à rua Romano Anselmo Fontana, 675, centro de Concórdia e fica aberto de terça a sábado, das 13h às 19h. Escolas e outros grupos que quiserem fazer visitas guiadas podem entrar em contato para agendamento pelo Instagram @anatomiaifc.
Museu no campus
Em breve o IFC Concórdia contará com um espaço físico para manter uma exposição permanente, auxiliando tanto na organização quanto manutenção e conservação das peças. “Esta é uma vontade de muito tempo de toda a equipe envolvida no projeto do museu e que finalmente conseguimos conquistar”, afirma Ana Reis. “O espaço é bem simples, pequeno e ainda precisa ser reformado e adaptado, mas esta notícia já nos deixa muito felizes e com mais ânimo para fazer este museu prosperar!”, completa, ressaltando que o museu é um espaço cultural e não pertence a uma área específica, mas que pode e deve abraçar todas as áreas. “Todo conhecimento cabe no espaço de um museu”, conclui.
Cecom IFC Concórdia